“A primeira condição para modificar a realidade consiste em conhecê-la.”
(Eduardo Galeano)
(Eduardo Galeano)
Estudantes;
Nossas pautas de greve, como a derrubada de Medidas Provisórias e leis que congelam os salários e contratações de novos servidores e prejudicam nossa aposentadoria e a luta pela redução da jornada de trabalho, por exemplo, não são pautas que se restringem apenas aos nossos interesses enquanto trabalhadores. São reivindicações que visam garantir a qualidade da educação pública!
Afinal, o desmonte do serviço público tem como reflexo a precarização da nossa Universidade, como a abertura de novos campi sem planejamento adequado; falta de estrutura para os cursos como laboratórios, bibliotecas e salas de aula; falta de servidores em todos os departamentos acadêmicos e administrativos; falta de professores; privatizações, etc. Um aumento quantitativo em busca de estatísticas.
Hoje, existe a intenção do governo em diminuir o número de servidores públicos (demonstrado através do projeto de medida provisória 549), ao mesmo tempo em que é anunciada uma nova expansão do ensino superior, com a previsão de inaugurar nos próximos anos mais de 200 Institutos Federais e 4 Universidades. Como abrir novas unidades de ensino sem novas contratações? A resposta: com mais precarização, com mais terceirizações e com péssima qualidade.
Aqui, no campus Guarulhos, somos em 54 servidores para atender um campus que possui quase 3000 alunos! Segundo estimativas, o REUNI previa um número de pouco mais de 80 servidores para o nosso campus, o que hoje, já é insuficiente. Proporcionalmente, somos o campus com menor número de servidores por aluno!
É histórico que, sempre que uma crise mundial se anuncia, o governo corte verbas no serviço público, com a desculpa de que é necessário economizar. Esta mesma lógica usada pelo governo, que não permite novas contratações, que quer congelar nossos salários é a lógica que inviabiliza a construção do nosso prédio, que mantém salas superlotadas, , que não dá o apoio necessário ao estudante de baixa renda. A LUTA É A MESMA!
A greve dos servidores e a movimentação dos docentes Brasil afora mostram a insatisfação quanto às condições de trabalho nas universidades federais. Quem sente na pele esta precariedade? Quem usufrui dos serviços direta e indiretamente!
Neste momento de crise, onde o governo não pensa duas vezes em cortar verbas destinadas aos serviços mais essenciais à população, torna-se indispensável a participação do Movimento Estudantil para que haja a resistência nesta ofensiva contra a educação. Devemos conseguir conquistas e não retrocessos.
Este cenário nacional nada mais é do que o reflexo da política neoliberal mundial, voltada à privatização e ao desmonte do serviço público. Esta intensificação da regressão da esfera pública, que incide sempre em cortes das folhas de pagamento das categorias menos favorecidas e a exacerbação do espírito privatizante que ocorre justamente em um momento de profunda crise econômica e de agravamento das desigualdades sociais, já vêm provocando um impacto considerável sobre a educação, não só no Brasil, mas em todo o mundo.
As consequências desta política privatizante podem ser sentidos no Chile, palco hoje de um movimento estudantil organizado que aglutina milhares no enfrentamento aos planos governamentais que intensificam esta lógica. Participar da luta neste momento significa também participar de uma resistência que começa a acontecer em todo o globo. Somar forças é tarefa de tod@s que querem construir uma sociedade mais democrática, diferente da que vemos hoje.
Guarulhos, 29 de agosto de 2011.
Servidores Técnico-Administrativos em GreveGuarulhos – EFLCH
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